maandag 22 december 2008

Para o ano novo..

Vera de Bree



Mijn zanglerares: Vera de Bree, met Als Donderslag.

dinsdag 9 december 2008

Het 7de Mediterrane Letteren Festival

De 7de Mediterrane Letteren Festival vindt dit jaar plaats v.a. 16 t/m 21 december onder de titel: “Blauwe Woorden”.

Dichters en schrijvers uit o.a. Griekenland, Italie, Libanon, Marokko, Spanje, Syrië, Turkije en Nederland lezen uit hun eigen werk in de originele taal. De vertalingen staan geprojecteerd op een scherm.

De zes steden die participeren zijn Utrecht, Oss, Rotterdam, Assen, Enschede, Amsterdam. Tijdens deze inmiddels alweer zevende editie van dit festival staat het optimisme van de liefde centraal. De gasten zijn dit jaar allemaal vrouwen van verschillende leeftijden: Çiğdem Sezer (Turkije), Hanane Aad (Libanon), Maria Angeles Perez Lopez (Spanje), Fadma El Ouariachi (Marokko), Agni von Meijenfeldt-Fournaraki (Griekenland), Lucrezia Lerro (Italië), Hanadi Zarka (Syrië), Froukje van der Ploeg (Nederland).

Muziek: Anna Bakker, Trio la Piaf, Pit Herman,, Deniz Payzin, Fuat Saka.

* 16 dec in Utrecht, Instituto Cervantes (www.cervantes.nl) 19.30-22.00, Domplein 3, tel.030-2334261 (contact:Itziar Muñoz, Guadalupe Galan)
* 17 dec in Oss, 19.00-21.30, Basisbilbiotheek Maasland, Raadhuislaan 10 (www.bibliotheekoss.nl ), tel. 0412-622618/ 064437382
* 18 dec in Amsterdam,19.30-22.00 Het Cultureel Instituut Italie (tel. 020-6265314/6263987 (Contact: Alessandra Maselli of Gianfranco Renda),
Keizersgracht 564
* 19 dec in Assen, 19.00-22.30, Kunstcentrum DEFKA, Vaart NZ 2. tel. 059-2315316/ 0625378559
* 20 dec. in Rotterdam: WMDC: WorldMusic en Dance Center, Pieter de Hoochweg 125 (dichtbij metrostation Coolhaven), tel. 010-2444516/ 0648377197
* 21 dec in Enschede, 15.00-18.00, Het Vestzaaktheater, Walstraat 35, (www.hetvestzaktheater.nl), tel. 053-4301887/ 0648469227 (contact: Evelien van Rugge, Fuat Saka)

Artigo sobre o fotografo J. M. Rodrigues

"Habitualmente realço em José Manuel Rodrigues a especificidade simbólica e alegórica das suas fotografias: aquele iniciático enredamento do feminino-masculino, os signos dos quatro elementos, a imponderabilidade temporal das suas imagens sempre marcadas pela transfiguração.

Esta imagem é relativamente recente e vejo nela uma síntese do que a fotografia representa hoje e das polémicas que tem suscitado. Porque afinal o fotógrafo, que foi fundador e determinante na Perspectief holandesa, sempre se mostrou como um experimentador fotográfico, precisamente naquela linha que Jeff Wall determinava para a fotografia actual, como reveladora da consciência histórica do meio técnico e, naturalmente, do autor.

Nesta produção, as máscaras são o motivo. O que revela logo o nó górdio que é a aparência fotográfica. Diz quem sabe que imago é o duplo do vivente, mas a sua máscara funerária de cera, obtida post-mortem é, e já não é. Só representa. Em todo o caso, como duplo é também a figura tutelar, suficientemente apaziguadora quando, ao que diz a religião romana, se tornar um terrível espírito severo e infernal.

A imagem fotográfica, nomeadamente o retrato, ganhou essa capacidade de apropriação, guardamo-la com a posse que não conseguimos obter de quem a representa. Aqui, nesta imagem, o fotógrafo, fiel ao seu estilo, resguarda a geometria da sua concepção do real, utilizando o plano que o divide equatorialmente; consegue assim dar dessa realidade a confluência do ser e do não ser, do equilíbrio e do caos, do uno e do múltiplo, aquilo a que chamamos harmonia.

Mas no primeiro plano vemos um guiador de bicicleta que se enleia com o seu reflexo, entrosando-se com o que parece uma cadeira de jardim e uma das duas figuras reflectidas no vidro do que parece ser uma montra. Num plano atrás de nós, uma fila de bicicletas estacionam no passeio que antecede a série de casas truncadas. Tudo cria uma sucessão de planos impossíveis do dentro e do fora. Nós estamos no lugar da câmara, talvez se vejam detalhes do saco do fotógrafo, no passeio, um outro passeio que não vemos; estamos provavelmente bem perto da bicicleta que reflecte o seu guiador no vidro. É um dos efeitos da reflexão teórica que Wall introduziu com a sua imagem Retrato para Mulheres, onde produz a versão fotográfica e, por isso, contemporânea, remake de Bar nas Folies-Bergère, de Manet.

Temos aqui o vidro que permite esta concepção de herança e actualização da perspectiva pictórica, que as câmaras reproduzem. A transparência da fotografia, porque dizem os realistas, a imagem se cola ao real, desaparece: olhamos, no vidro, o que está por trás de nós e é com esforço que entendemos o que se passa e com esforço que compreendemos que ficou anulado o plano pictórico binocular que o meio, (a câmara) foi industriado para nos dar, bem ao modo da perspectiva do Renascimento, onde caminhamos pelo seu interior.

Aqui reflecte-se o exterior, sobrepondo-se ao interior, sabendo que tudo se passa por trás de nós, estamos fora. A materialidade mais realista, as máscaras, são máscaras, aparência. A imagem fotográfica poderia ser transparente, mas as convenções da prática fotográfica e a utilização da câmara, tornam-na opaca. O que aqui se desmonta é a convenção da foto como janela aberta sobre o mundo, o desengano sobre a transparência da fotografia.

Mas um olhar estético deixa-se cativar pelo plano pictórico. Deixamo-nos seduzir pelo que na imagem é convocado. A sedução da imagem, interrompendo-nos, faz-nos debruçar sobre as contradições da transparência da fotografia, poderia ser um bordão pedagógico. Os brancos luminosos dão-lhe a força da caixa de luz, a linha horizontal impede a anomia, o desequilíbrio; mas passamos logo à inquirição, ao problema da sua transparência. Sabemos, hoje, que a imagem artística é válida, quando revela a consciência histórica do meio utilizado. O olhar estético não é fruidor de forma passiva.

Mas o que fica desta imagem, quando a esquecemos, são as máscaras, iguais e diferentes, aterradoras se as vemos e intuímos a força desestabilizadora da sua presença sequencial.
São elas que ficam, que voltam, que prometem. As convenções da prática fotográfica fazem a opacidade da fotografia, os conceitos de arte e de belo tornaram-se, ao que se diz, uma convenção. Mas guardo na memória esta imagem pela evocação das máscaras, chamei-a por pulsão. A desmistificação do nosso modo de olhar é, naturalmente, um corolário perceptivo, um prazer menor."

Maria do Carmo Serén